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Postado em 31 de Maio de 2016 às 11h34

Três gerações vivendo juntas...e bem! É possível?

Ieda Dreger | Psicóloga  Três gerações diferentes viverem juntas na mesma casa, é um desafio. Mas é uma realidade cada vez mais próxima de nós, porque as famílias estão...

 Três gerações diferentes viverem juntas na mesma casa, é um desafio. Mas é uma realidade cada vez mais próxima de nós, porque as famílias estão mudando. Há o fato de que os idosos vivem por mais tempo, com mais saúde e em busca de suas realizações e junta-se a isto a realidade das separações. Filhos que retornam a casa dos pais já com seus próprios filhos, em virtude de separação ou dos avós que se dispõe a morar com seus filhos no sentido de auxiliá-los a cuidar dos netos. Seja qual for a razão, o fato é que esta situação pode trazer desgostos se não tivermos jogo de cintura, mas pode trazer imensos benefícios e aprendizagem de todas as partes se tivermos um olhar de compreensão para cada fase e pessoa.

No passado o idoso era o detentor do conhecimento, nele se concentrava a sabedoria acumulada de várias gerações anteriores e ele era respeitado pela sua comunidade. Com a modernização da sociedade o idoso foi se perdendo no caminho. Ele passou a não ser mais tão valorizado, pois tornou-se desnecessária sua contribuição na construção da história viva de uma sociedade, porque o saber agora se concentra nas escolas, nas universidades, nos livros, nos museus e por último na Internet.

Mas o idoso vem se reinventando a cada dia. Assim como não é mais atribuído a ele o único detentor do conhecimento, é importante que não atribuamos ao jovem a única esperança do futuro. São cargas que vão tomando outro sentido.

O jovem pode aprender com o idoso suas experiências de vida e  pode ensinar ao idoso coisas sobre tecnologia e diferentes formas de comunicação, por exemplo. Ou seja, é uma troca possível.

Os conflitos acontecem porque gerações diferentes têm visões de mundo distintas. Os de mais idade, tem toda a experiência de vida acumulada, e por causa disso, querem sempre poupar os mais jovens de experiências ruins, mas eles se esquecem de que aprendemos a viver vivendo, tendo experiências boas e ruins.

Os mais velhos, quando na condição de pai ou mãe, sempre consideram os filhos como crianças inexperientes, é muito difícil, para eles, aceitarem que os filhos crescem e, ao se tornarem adultos, podem ter a opção de seguir caminhos diferentes dos pais, ou experimentarem tudo aquilo que foi uma experiência ruim para os pais.

Eu acredito que o diálogo é sempre o mais recomendado quando os conflitos aparecem. Ele não impede que os jovens procurem, apesar da experiência dos mais velhos, fazerem o que desejam, mas, pelo menos, faz com que reflitam sobre o conhecimento que lhes é passado e, muitas vezes, que sigam os conselhos dados. No entanto, mesmo que os jovens reconheçam e ouçam o que os idosos dizem, isso não os impede de questioná-los e seguir seus próprios caminhos.

Sempre haverá mudanças e elas serão cada vez mais aceleradas. Quanto mais a idade avança, mais difícil é mudar, porque os hábitos, que são a segunda natureza do homem, estão muito mais arraigados e profundamente instalados. Os jovens, então, por assimilarem as mudanças mais rapidamente do que os idosos, sempre terão o conceito de que estes estão ultrapassados.

Os choques entre as gerações sempre irão existir, mesmo que mudem os motivos que os provoquem, uma vez que o que está por trás de qualquer conflito é a luta pelo poder.

Por Ieda Dreger. 

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