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O que fazer com a raiva?

O que fazer com a raiva?

O que é raiva? É o sentimento de sentir-se irritado, ofendido, ser posto de lado, molestado, importunado, enraivecido.
As pessoas ficam com raiva quando foram magoadas; assim, de vez em quando, não há quem não fique com raiva. Quando alguém lhe disser que nunca ficou com raiva, na verdade essa pessoa está dizendo que nunca reconheceu sua raiva.
 
A maior parte das pessoas tem medo do sentimento de raiva, medo de perderem o controle, de serem violentas ou têm vergonha de dizer que estão enraivecidas. Como se a raiva fosse um sentimento menos nobre, mas é um sentimento como outro qualquer, como a dor, amor, carinho, saudade.
 
O primeiro passo para lidar com a raiva é enraivecendo-se. Ou seja, tornando a raiva reconhecida e não fazendo de conta que ela não existe.
 
O segundo passo é dirigir a raiva contra um alvo apropriado. Mas expressar a raiva é uma reação muito natural e saudável e é necessária para manter nossas emoções equilibradas.
 
O problema vem quando a fonte de nossa mágoa não está a disposição para ficarmos enraivecidos ou quando não conseguimos falar. Isso provoca uma dor de tal forma inaceitável que a raiva fica bloqueada e os sentimentos ficam gritando dentro de nós.
A raiva reprimida só faz aumentar a mágoa que a originou. As defesas que impedem a raiva de fluir naturalmente para fora, ficam dentro de você, dirigindo-se contra você. Sempre alguém paga pela raiva e é melhor que seja quem causou a dor do que você que a recebeu. Ao segurar a raiva dentro de si mesmo você estará se punindo. Se você deixar ela sair isso vai aliviar seu coração e iniciar a cura.
 
As pessoas cronicamente enraivecidas, aquelas cheias de mágoas não expressas muitas vezes se sentem roubadas pela vida e acusam os outros por seus problemas. Raramente recebem aquilo que acham que merecem. Não entendem que poucas pessoas conseguem, durante sua vida, uma boa quantidade seja lá do que for, sem trabalhar muito para isso. Mas admitir isso significaria que a pessoa teria que aceitar parte de sua parcela de contribuição para a situação chegar onde chegou. E é muito mais fácil culpar os outros pelos rumos de nossa vida ou pelas coisas que não dão certo do que parar para analisar onde estamos contribuindo para estarmos assim.
 
É importante compreender que as únicas pessoas que não ficam magoadas, e que, portanto, não ficam com raiva, são as que proclamam ser invulneráveis. E gente invulnerável é gente dura, sem sentimento. São pessoas que não capazes de reagir aos sentimentos de outras pessoas, nem de compartilhar tais sentimentos, nem de serem íntimas delas, por não terem acesso aos próprios sentimentos.
 
As pessoas que tem medo de manifestar raiva não percebem que os dois extremos são ruins, “armar barraco” e ficar calado. É necessário encontrar um meio termo. É importante, pelo menos para a pessoa magoada, que ela possa expressar isso. Para não entrar em tons acusatórios do tipo “você me fez isso”, é possível usar expressões do tipo: “lembra do que aconteceu ontem? EU me senti muito mal...”.
 
No entanto, se você não puder, não souber ou não tiver oportunidade, mesmo assim, coloque sua raiva para fora. Encontre um local onde você possa gritar muito, escrever uma carta muito furiosa e mal educada e não colocar no correio, telefonar para a pessoa que a magoou sem tirar o fone do gancho deixando toda a sua raiva explodir, socar um travesseiro, rasgar uma revista inteira...
 
O importante é não guardar raiva dentro de você, porque raiva guardada se torna rancor e começa a tomar da vida o seu significado, nos trazendo a depressão.
 
Extravasar a raiva quando você a sentir é toda a diferença para nosso bem estar.

Você está sempre reclamando de tudo?

Você está sempre reclamando de tudo?

Você está constantemente se perguntando por que tudo acontece comigo?”Já acorda de mal com o mundo e com as pessoas que fazem parte dele? Está sempre pensando no que mais falta te acontecer depois de tudo que já passou? Já perdeu a esperança de acreditar que pode melhorar? Sente que tudo que faz não é reconhecido? Está sempre se lamentando de tudo e de todos? Todos os acontecimentos e pessoas parecem apenas te prejudicar? Você é o que chamamos de vitima”.

Todo mundo conhece pelo menos uma pessoa que se faz de vítima, aquela que reclama de tudo, dá desculpas para todos os seus fracassos e oportunidades perdidas. Algumas dessas pessoas que se fazem de vítima são chamadas de preguiçosas, mal humoradas, depressivas, mas na verdade são pessoas com sentimento de vítima.
 
A vítima quer comprar o sentimento do próximo, vendendo a lamentável história de sua vida, como perderam grandes oportunidades ou como nunca tiveram nenhuma, como tinham muito e perderam tudo, como os outros têm muito e ela não tem nada, como é sofrida, como é difícil sua vida, como não é compreendida pelos pais, pelo chefe, pelo marido, pela mulher, pelos filhos, pelos amigos, pela sociedade etc. nunca se cansam de contar as mesmas histórias.
 
Além disso, jogam a responsabilidade se suas vidas nas mãos de outros ou de alguma coisa, como os que culpam o governo por sua miséria, que culpam seus pais por tudo, que culpam o gasto com os filhos causando sua miséria etc. A vítima espera por dó, piedade, compaixão, doação, às vezes, mente para garantir que todos compreendam que ela é realmente desafortunada. Às vezes escondem sua preguiça pedindo para alguém fazer por ela, pois é uma coitada, doente, ou não sabe fazer etc.
 
E se alguém tenta tirar essa máscara de seu rosto pode ficar muito irritada e violenta como um bandido pego no flagra.Como é possível reverter tal estado lamentável? Essa pessoa só espera pelas migalhas e esmolas que suas lamentações trarão.
Podemos dizer a mais pura verdade para a vítima, tipo: “Você é a única responsável por sua vida!”, isso irá ferir ela profundamente e muito dificilmente aceitará tal afirmação, achará milhões de desculpas como: é por motivo de saúde, falta de estudo, o governo é ruim, os Estados Unidos mandam no planeta, alienígenas ame abduziram quando era pequena, fizeram macumba pra mim, jogaram olho gordo, etc.
 
Assim, a vítima, nunca se cansará de colocar obstáculos a grande verdade inaceitável! “Cada um é responsável por sua vida!”.
Tanto o Herói, quanto a vítima sofrem do mesmo mal, o herói pensa “Eu sou responsável por todos” e a vítima “todos são responsáveis por mim”.
 
O caminho do meio é simples e fácil: “Eu sou o único responsável por minha vida, e só por minha vida”. Não sou vítima nem herói, sou eu mesmo.
 
Como saber se você é uma vítima? (Se é que ainda não descobriu)
Um bom exercício para perceber esse processo é perceber quais evoluções obteve nos últimos anos. Você continua reclamando dos mesmos problemas há quanto tempo? O que mudou? Depois pergunte para si mesma como estará daqui a cinco anos, se continuar agindo com os mesmos comportamentos. Estará como gostaria de estar? Se a resposta for não, faça uma reflexão de quais padrões estão se repetindo em sua vida e o que gostaria de mudar. O que fazer para chegar ao resultado que deseja? Será que se continuar plantando sementes de feijão, irá colher arroz? Com certeza não.
 
Vítima? Do quê? Para quê? Qual o objetivo de estar sempre se lamentando por tudo que acontece ao invés de estar refletindo sobre os aprendizados? Enquanto seu sofrimento seja por qual motivo for, não for capaz de transformar seus sentimentos, podem ser destruidores para você mesma. Pare de acreditar que só será reconhecida através do seu sofrimento. É preciso entender que você pode se dar, mas sem se perder! Nesse momento perceberá que sua vida depende de você e que nada a fará mudar enquanto não se permitir se libertar de tudo que a faz permanecer no mesmo lugar.
 
Assim, assuma o Domínio de sua vida você mesmo, assuma o volante desse carro que corre a cada dia mais rápido.
Quando se pegar mal dizendo, reclamando, colocando obstáculos, etc vá até um espelho e pergunte: "estou me fazendo de vítima"?

Você se boicota?

Você se boicota?

Existem pessoas que lutam uma vida toda para ter sucesso e quando este está bem próximo, fazem alguma coisa para que não se concretize. Outras pessoas apresentam manifestações físicas do medo e pavor o que não possibilita atingir o esperado. O auto-boicote se apresenta de diferentes formas, parte sempre da pessoa que não se permite as conquistas que deseja.
 
 
A pessoa com tendência a auto-sabotagem geralmente é aquela que acredita não ter condições de lidar com os desafios. Assim acha melhor nem tentar porque imagina que o tombo será muito dolorido. Isso é, na verdade, uma auto-proteção, mas uma falsa impressão de proteção, como se fosse a fala dos pais dizendo: você é muito pequena, cuidado para não se machucar.
 
Claro que auto-sabotagem tem a ver com auto-estima , porque quem tem auto-estima luta pelo que quer e também é mais prático na questão de analisar riscos e limitações. Quem não a tem geralmente tem medo e ansiedade quando precisa lidar com mudanças ou uma situação sobre a qual não tem controle. Neste momento a pessoa sente-se derrotada antecipadamente e detona o gatilho da sabotagem.
 
Para a maioria de nós, é mais fácil compreender o medo de perder o que amamos. Para algumas pessoas, no entanto, o que apavora é a possibilidade de sucesso. Porque? Porque ele simboliza o novo. O fracasso, mesmo uma única vez, é uma situação conhecida e nos trás o afeto dos outros, como atenção, pena e cuidados. Já o sucesso é um terreno menos conhecido que COBRA ATITUDES como envolvimento, responsabilidade, trás exposições e muitas vezes foge do nosso controle. Então vem a pergunta: será que eu seguro esta onda? Melhor nem tentar. A pessoa dá mais ouvidos a sua criança interior, que precisa de proteção e perde a oportunidade de examinar as reais possibilidades bem como a análise objetiva das estratégias para enfrentar o desafio. Está instalado o círculo da auto-sabotagem.
 
Às vezes a auto-sabotagem significa um conflito, quando a pessoa não sabe o que quer na verdade . É uma forma de mostrar a insatisfação com os rumos que a vida está tomando. Há uma sensação de incapacidade de avaliar e projetar o que realmente se deseja.
 
Os sintomas mais importantes são: Justificar seus erros, adiar tomadas de providências práticas, ser pessimista, sofrer de conflitos internos entre o que deseja e o temor se isso dará certo, deixar-se dominar por duvidas, não conseguir se focar nos objetivos e acelerar na contramão.
 
Como resolver o problema? Primeiro é importante perceber se você tem estes sintomas e perceber também como encara sua auto-imagem. Sim, porque a forma como a pessoa se percebe pode aprisioná-la dentro de uma quadro não a permitindo crescer. Esquecemos então que cabe a nós a construção e reconstrução de nossa vida, que ela é um processo e pode mudar diversas vezes.
Depois, procure também avaliar seus pontos fortes, para compensar o fracos, porque a sabotagem vem como forma de desvalorização própria. Liste as coisas que você já realizou e que são motivo de orgulho e que demonstrem seu potencial.
Ainda, diante de desafios, não se coloque um objetivo grandioso. Defina metas pequenas e vá cumprindo cada uma das etapas. Pequenas vitórias fazem grandes efeitos. Lembre-se, estamos acostumados a olhar e valorizar apenas as grandes mudanças, os grandes feitos sem percebermos que os grandes começam pelos menores.
 
Se ainda assim você tiver dificuldades, busque ajuda de um psicólogo para uma superação.

Ser flexível é uma arte

Ser flexível é uma arte

Dificilmente encontraremos alguma pessoa que tenha passado pela vida sem enfrentar algum tipo de perda. Quem já não perdeu um grande amor, um parente querido, um emprego, um amigo, a infância, a saúde... São situações capazes de nos trazer desconforto, dor e frustração.

Nestes momentos as pessoas reagem e lidam com o problema de diferentes formas. Alguns entram em pânico, outros se entregam, alguns lutam desesperadamente, outros fogem da dor, etc.
 
Quando passamos por um grande problema, a forma como o olhamos é que conduz nossas atitudes. Se olharmos para ele nos colocando na posição de vítimas, estaremos desperdiçando nossa energia de lutar para ir adiante. Claro que toda dor provoca uma grande incapacidade momentânea. É uma ruptura, como se estivéssemos andando em um determinado caminho e de repente fossemos obrigados a seguir por outro, desconhecido, sobre o qual não nos foi dado poder de escolha.
 
Cada período de mudança é necessariamente estressante, porque envolve um conflito entre forças que lutam para que as coisas permaneçam como estavam, e outras que nos mandam seguir adiante e assumir novas condições. Tempos estressantes têm, em sua própria natureza, um poder de destruição. Mas pode ser uma destruição para podermos construir algo novo. São tempos acompanhados de um grau de dor e do risco de que talvez não consigamos atravessá-lo com sucesso.
 
Algumas pessoas têm medo de encarar o estresse da mudança e a dor, afinal, ninguém gosta de sentir dor. Assim sendo se entregam à bebida, drogas, trabalho, esporte etc. Tudo para fugir do momento. Quando não enfrentamos esse momento, ele reaparecerá em outro lugar e nos cobrará o preço de ser olhado. Estaremos somente adiando o dia de nos estressarmos e termos dor. E isso vai consumindo nossa energia. Assim, ficamos apáticos, sem forças e quando o estresse aumenta, se reflete no organismo ocasionando gastrite, dor de cabeça, insônia, etc.
 
A flexibilidade significa também a força para conter, dentro dos limites razoáveis, os pedaços de nossa ruptura pessoal e reunir novamente esses pedaços e retomar nossa vida. Ou seja, a força para mantermos nosso equilíbrio, e se o perdermos, podermos retomá-lo logo em seguida.
 
Uma pessoa que sofre um grande impacto sente-se desamparada, com uma sensação de derrota, uma busca angustiada por esperança, insatisfação, ansiedade, impaciência e o esforço cotidiano para reorganizar sua vida. O que quero dizer é que esse sentimento é normal e até esperado. O importante é o que vamos fazer com isso.
 
O sistema de apoio com o qual podemos contar neste momento é muito importante. O que é o sistema de apoio? Amigos, familiares, enfim, pessoas com as quais podemos nos abrir.
 
O medo dói, a raiva dói, o desespero também.
 
A flexibilidade depende de nossa habilidade em reconhecer a dor, perceber seu sentido, tolerá-la durante um tempo razoável, até que as coisas comecem a melhorar, e assim resolver nossos conflitos de forma construtiva.
 
Ser flexível é ser capaz de vergar, sem se quebrar. Não há orgulho em nunca ter sucumbido, há orgulho em poder se levantar ainda mais alto e mais forte depois de um tombo.

Você sabe dizer não?

Você sabe dizer não?

Se não sabe, está na hora de aprender! 
Poucas são as pessoas que têm facilidade de dizer não quando alguém lhes pede alguma coisa. Por receio de parecerem egoístas ou grosseiras, elas seguem deixando-se sobrecarregar por não sentirem-se capazes de dar uma boa razão para sua recusa.

Aprender a dizer não, entretanto, é essencial para o nosso bem estar. Ao dizer não para alguém, estamos dizendo sim para nós mesmos e, assim, evitando provocar um excesso de tensão em nossas vidas.

Ser uma pessoa prestativa e disponível para fazer um favor a alguém é algo inteiramente diferente de deixar-se explorar... E há pessoas que sabem ser excessivamente persistentes!

Observamos que em muitas situações, por medo de que se não fizerem o que lhes é pedido deixarão de ser amadas, há aqueles que preferem dizer um sim e depois verificar, que provavelmente, não poderão cumprir o prometido. Com certeza um firme mas delicado não logo de início (dando chance para que a pessoa encontre outra alternativa) será melhor para todos e evitará constrangimentos de ambas as partes.

Todo mundo deseja ser querido e apreciado e não quer parecer ineficiente. A preocupação com uma possível reação de agressividade a enfrentar é também razoável. Mas há graus e graus de necessidade de sentir-se admirado e de temer se confrontar com a reação negativa de alguém...

Ao invés de calar-se e sucumbir à pressão do outro, podemos, ao dizer-lhe um não, contribuir para que esta pessoa tome consciência da dimensão de suas exigências, perceba o tempo e o esforço que seu pedido exige e aprenda a respeitar as prioridades alheias.

ALGUMAS RAZÕES PORQUE DIZER NÃO É TÃO DIFÍCIL

Falta de auto-estima!

Muitos de nós fomos educados na convicção de que a modéstia é uma virtude. Mas você tem direito de orgulhar-se pelas coisas que conseguiu e pela pessoa que se tornou. Adquirindo o hábito de recordar-se destes êxitos estará mais fortalecida diante de quem quiser menosprezá-la. Faça uma lista das coisas que fez e das quais se orgulha. Todos temos alguns talentos e capacidades nem que seja saber fazer um bolo delicioso ou ter vencido o medo de viajar de avião! A idéia da lista não é torná-lo um vaidoso e, sim, melhorar a opinião que tem a seu próprio respeito... Evidentemente que se sua autoconfiança está devidamente alimentada, sua probabilidade de se deparar com qualquer situação e dizer um não é maior!

Culpa!
A culpa é uma das mais destrutivas das emoções. Sofre-se de culpa pelo que se fez ou por algo que se deixou de fazer. Não é uma sensação agradável e, talvez por isso quando nos pedem algo que não queremos fazer, hesitamos em recusar com medo de voltarmos a ter esta horrível sensação.

Talvez valha a pena analisar o que o faz sentir-se culpado e porque isto tem este efeito sobre você. Claro que cometemos erros no passado. Qualquer um de nós pode olhar para trás e lembrar de atos que não gostaria de ter praticado e de palavras que gostaria de nunca ter pronunciado. Mas só vale a pena olhar para os erros do passado se for para aprender com eles. Olhar para trás para reviver as angústias da culpa é um perfeito desperdício de energias! Use estas energias para entender este mecanismo da culpa em sua vida e assim terá condições de não se deixar pressionar na hora em que precisar dizer um não.

Necessidade de ser apreciado!
De uma coisa pode estar certo: mesmo que seja perfeito, nem todo mundo gostará de você. Concordar com tudo que lhe pedem para que todos gostem de você é tarefa fadada ao fracasso! Se você não aprecia a si próprio, ninguém o fará e, muito menos, porque faz tudo o que lhe pedem. Logo alguns se aperceberão de que a única razão pela qual faz tudo que lhe pedem é o seu anseio desesperado de ser apreciado e vão tirar partido deste fato... Dizer não quando é isso que quer dizer é um direito que lhe assiste.

DICAS PARA APRENDER A DIZER NÃO
1. Pergunte-se se o pedido é ou não razoável e se quer aceitá-lo ou recusá-lo. Se tiver dificuldade em decidir-se, é porque, provavelmente, quer recusá-lo.
2. Se achar que precisa de mais pormenores, peça-os.
3. Se chegar à conclusão de que quer dizer não, diga não.
4. Seja breve, dando uma explicação mas não uma série de justificativas. Há muitas maneiras de dizer não, mas a única que permite fazê-lo sem perder o amor-próprio é ser direto. Muitas vezes as pessoas acabam por arranjar desculpas - que com freqüência são mentiras - para evitarem fazer uma coisa que preferem não fazer.
5. Não se desculpe. Se começar por dizer "lamento muito, mas..." estará dando margem a que a outra pessoa possa tentar manipulá-lo, jogando com seus sentimentos de culpa.

Você é uma pessoa explosiva?

Você é uma pessoa explosiva?

Ao longo de nossa vida, provavelmente esbarramos, ou, ainda, corremos o risco de esbarrar com pessoas que parecem levar uma carga de dinamite embaixo dos braços. E que não se trata do Bin Laden e nem dos homens-bombas, que explodem em prol da causa palestina, mas sim de indivíduos que estão sempre prestes a reagir como se fossem um deles: ao menor sinal de divergência detonam a carga explosiva e, sem cerimônia, mandam tudo para os ares. Pessoas conhecidas como o famoso "pavio curto".
 
As criaturas de pavio curto são aquelas que, ao notarem que não estão agradando, sacam imediatamente as duas pedras que trazem na manga para qualquer eventualidade. Coisa que, no caso dessas pessoas, nunca falta. Nem que a eventualidade seja fabricada. "Eu namorava um cara que bastava eu dizer que era azul e ele achar que era verde, que começava uma discussão. E estas brigas sempre começavam por motivos fúteis e evoluíam para a lavação de roupa suja", relata a decoradora L. M.
 
Ninguém gosta de ser vítima de um bombardeio, principalmente se os motivos forem os mais tolos possíveis. Acontece que essa personalidade inflamável pode ser um disfarce inconsciente para mascarar problemas e dificuldades. O empresário A. F. assume que carrega dentro de si uma dinamite acesa. "Eu sei que exagero às vezes e atribuo essas minhas reações a um conjunto de fatores como pouca paciência, estresse, excesso de trabalho... Mas tenho tentado me controlar para não ficar com fama de grosso e maluco", confessa ele. Esse comportamento pode estar realmente ligado a problemas pelos quais a pessoa esteja passando. Problemas em geral geram muitas tensões e é comum as pessoas utilizarem "válvulas de escape" para tentar diminuir a tensão. Algumas choram, outras se isolam, outras tantas praticam exercícios físicos, outras comem em demasia e outras ainda arrumam brigas e confusões apenas para aliviar a tensão por meio de uma discussão.
 
Não são apenas as dificuldades do cotidiano que colaboram para o eminente show de raios e trovões do nervosinho. O pavio curto de algumas pessoas se deve à educação familiar. Geralmente, são pessoas criadas sem limites, que tiveram sempre os seus desejos satisfeitos e que, por isso, têm dificuldade de lidar com os limites da vida. Não costumam ser contrariadas e, quando são, não sabem lidar com a contrariedade ou com a frustração.
 
Há ainda as pessoas que conviveram desde a infância em lares onde existia esse tipo de pessoa e aprenderam a agir assim, repetindo aquele comportamento.
 
Seja qual a causa, o que fazer para convencer estas seres humanos que estamos em franco processo de desarmamento mundial? O primeiro passo é tomar consciência de que nem tudo é como gostaríamos que fosse. A pessoa tem que entender que problemas existem para serem resolvidos e que provocar brigas por nada gera ainda mais problemas no relacionamento com as pessoas em geral, o que pode fazer com que elas evitem estar na presença da pessoa de pavio curto, provocando um isolamento forçado. Um acompanhamento psicológico para estas pessoas que não sabem lidar com a contrariedade, que tem dificuldade para controlar o estresse ou que “aprenderam” este comportamento também é bem-vindo.
 
Portanto, se você é obrigado a conviver com alguém com esse perfil, ou escolheu isso para si, sua função é procurar não alimentar brigas, esperar a pessoa esfriar a cabeça e na hora de conversar mostrar que ela está exagerando. É bom já ter se embriagado de generosas doses de paciência (dupla e com gelo). Assim, quem sabe, você ganha a parada...

A difícil arte de falar de impotência sexual

A difícil arte de falar de impotência sexual

Ser um homem pode significar muitas coisas. Uma dessas coisas tem um efeito extremamente forte em ambos os sexos: tem de ser capaz de fazer sexo. E para os homens fazer sexo significa ter ereção e poder penetrar. Perder esta capacidade, mesmo que momentaneamente, pode significar a perda de uma identidade muito importante: este homem deixa de ser/sentir homem!
Essa é uma situação muito mais do que incômoda e para a qual os homens não foram preparados para lidar. Na maior parte das vezes o medo de falar toma conta, nada se faz e as coisas só pioram.
 
As pesquisas nos dizem que os homens demoram em média de 5 anos para buscar ajuda neste caso. Alguns, embora casados, nunca falaram com a esposa sobre o assunto. Por outro lado, a companheira fica sem saber como tocar no assunto e ficam assim por anos.

Quando um homem com dificuldades eréteis se permite consultar um profissional de saúde ele se depara com o pior dos fantasmas e pesadelos: falar neste terrível problema. Falar com outra pessoa é tornar público um problema tão bem escondido. Muitos podem até sentir-se desconfortáveis a ponto de não retornarem às consultas ou nem fazerem os exames. Precisarão de algum tempo a mais para se nutrirem de coragem de novo, forças para falarem deste “desastre” em suas vidas. Gostariam de sair da consulta, chegar em casa e tudo já estar resolvido.
 
A maior parte das vezes, frente a um especialista em sexualidade, este homem ouvirá o questionamento sobre a parceira: falou com ela? Ela participará da solução do problema? Sim, porque ela também tem um problema. A proposta é de fazer o que se tem evitado...para termos ajuda no bom andamento do processo terapêutico.
 
E como fazer algo que o homem não sabe? Homens são treinados a não contarem sobre seus medos, inseguranças em qualquer aspecto de sua vida. Não podem pedir ajuda. São criados com a obrigação social de dar conta do sexo. E isso não inclui assumir com palavras o que sentem. Não inclui também solicitar da parceira a compreensão e colaboração para que possam resolver um problema do casal.
 
Como falar de sexo sem estar contando vantagem? Como assumir que não está sendo o “homem” que TEM que ser? Como cumprir “os deveres”?
 
Este homem precisa perceber-se e aprender a respeitar os próprios limites. Reconhecer suas tristezas, suas dificuldades e expressar-se emocionalmente. Falar sobre o problema será o primeiro passo. Viver este momento de tristeza e dificuldade será outro passo necessário. Mas é preciso falar e se permitir sentir, apesar da tristeza e angústia, e a partir daí já sentirá um alívio.
 
Os medos são muitos e variados: Ela pode me abandonar....o que ela vai pensar de mim? Buscará outro homem...As mulheres são mais compreensivas do que se pensa neste casos. Percebo muitas empurrando seus companheiros para buscarem ajuda e eles relutando. Acreditam, mas não se emprenham.
 
Falar é o primeiro passo, o seguinte é conseguir planejar o que fazer e iniciar a superação do problema.
 
Pedir compreensão é uma parte importante. A mulher precisa ouvir e saber ouvir. Ela também terá que lidar com a mesma frustração que o homem está lidando. Ouvir será muito do que ela poderá fazer pelo casal. Mas da mesma forma que é difícil para o homem falar a respeito, será difícil para ela ouvir e conversar sobre o assunto. As fantasias dela também existem e também são destrutivas, porque acredita que a falta de ereção pode ser um sinal de que o homem não a quer mais. Mas será nas conversar que as dúvidas serão tiradas.
 
Embora difícil, só existe um caminho para que o casal encontre uma felicidade sexual, a saúde sexual: conversarem sobre o problema. Depois a solução virá, mesmo que com ajuda profissional. Superarão o problema, mas não sem conversarem.

Cada pessoa vive a sexualidade de uma forma. Como você vive a sua?

Cada pessoa vive a sexualidade de uma forma. Como você vive a sua?

Vamos fazer um rápido exercício: Pense por um instante nas formas de expressar carinho, amor, desejo, excitação...que você já presenciou. Deixe as cenas brotarem de sua memória, sua família, seus pais, você mesmo, como acontecia? Seus pais se beijavam na sua frente?
 
Trocavam carícias, andavam de mãos dadas, lado a lado ou um na frente outro atrás? Conversavam sobre sexo, amor, carinho com você? Censuravam filmes, horários de TV? Reagiam com vergonha ou com naturalidade às suas perguntas? Estavam presentes...
Agora lembre-se de como você lidava com tudo isso, você era tímido, ousado, curioso? Tinha medo de fazer perguntas ou não?...contentava-se com qualquer resposta? Conversava com amigos(as) sobre suas dúvidas? Por último, tente detectar a influência de tudo isso em sua sexualidade hoje.
 
Entendo que trata-se de uma tarefa ampla para ser feita num breve instante, e obviamente não coloquei aqui todas as variáveis que deveríamos considerar, mas é apenas o início de um exercício que poderá ajudá-lo a compreender a influência de nossas experiências em nosso comportamento, principalmente na expressão de nossos sentimentos.
 
Hoje a expressão de sua sexualidade com alta chance é o resultado dessa difícil e complexa equação: tudo que recebeu de informação - conceitos e preconceitos, mitos e verdades - somados à sua forma particular de entender aquilo que recebeu.
 
A sexualidade passa por um processo físico, emocional e social. Como podemos perceber, recebemos modelos de comportamento em nossa educação e nascemos com características particulares. Aprendemos a nos vestir, a nos movimentar de forma “adequada”, ou esperada socialmente, a escolher o que comer, a torcer por um time, ou um esporte, a gostar de TV ou não. Tudo isso de forma explícita ou nem tanto, dependendo do grau de consciência dos educadores que cada um de nós teve. Da mesma forma aprendemos a “lidar” com nossa sexualidade.
 
Nossos envolvimentos amorosos passam por nossas buscas, insatisfações, fantasias, crenças, medos, certezas e entendimentos de mundo. O ser humano naturalmente busca se envolver afetivamente e amorosamente. A vontade e busca do ser humano é de amor, o prazer, o carinho, fazem parte desta busca. O tipo de parceiro(a) que escolhemos está relacionado a esses modelos que recebemos durante nosso desenvolvimento, às pessoas que conhecemos, e histórias que acompanhamos.
 
As formas que buscamos para obter prazer relacionam-se a nossas fantasias, desejos, e às possibilidades de realizá-los. O ser humano é um complexo formado por razão, emoção e espiritualidade. O desejo é livre, podemos desejar muitas coisas, mas a execução desses desejos passa pelo crivo da nossa razão e espiritualidade. O que quero dizer é que desejar é expressão do humano que existe em nós, mas executar o desejo é expressão de nossa saúde interna, de nossa capacidade de adequação, ou habilidade para viver socialmente, e de nosso entendimento de mundo. (posso ter vários pensamentos e sentimentos, mas sou responsável por minhas ações).
 
Durante o desenvolvimento pessoal temos a difícil tarefa de aprender a respeitar nossos valores. Ainda temos muitos preconceitos mesmo nos dias de hoje. A homossexualidade por exemplo ainda é alvo de ataques e desrespeito e é uma orientação, não uma opção. A liberdade de escolher e de ser o que se deseja ainda está longe de ser conquistada, ainda há de se crescer muito e amadurecer nosso modo de nos relacionar com aqueles que pensam, sentem e percebem o mundo de maneira particular e diferente de nós. Não aprendemos a respeitar as diferenças.
 
A virgindade hoje em dia tornou-se um tabu ao “contrário”, entre os jovens. O “crime” agora é ser virgem e não mais não ser como 40 ou 50 anos atrás; apenas se inverteu a posição, portanto o preconceito ainda impera absoluto.
 
A virgindade não é apenas uma questão de “transar” ou não, mas está diretamente relacionada à noção de respeito próprio, capacidade para cuidar de si e responsabilidade. O jovem estará preparado quando a relação sexual não for uma obrigatoriedade ou apenas mais uma afronta.
 
É comum escutar frases do tipo ...”todas as minhas amigas da minha idade já transaram”... ou, “quando alguém me pergunta, eu vou logo dizendo que é claro que já tive a minha experiência”... ou, “sou chamada de ‘vacilona’ porque não quis transar ainda”...
Este é um importante aprendizado emocional: assumir nossas escolhas e “bancar” suas conseqüências.
 
A noção de respeito e individualidade ainda é muito confusa socialmente. No Brasil a sexualidade é algo explorado e produto da mídia, somos o país das mulatas e dos biquínis. As crianças são estimuladas através das roupas, acessórios, TV, músicas e até algumas danças, a voltarem sua atenção para a sexualidade, algumas vezes perdendo com isso seu espaço de serem crianças, simplesmente porque a sexualidade faz parte do mundo do jovem/adulto e não da infância.
 
Comerciais de TV aludem à sexualidade, mulheres são associadas a cervejas ou ao prazer provocado por elas. A mídia é a expressão do imaginário humano, refletindo idéias, valores, desejos e fantasias da atualidade. A mulher como objeto sexual ainda vende, mas o homem também passou a ser produto de consumo.
 
Estamos numa época de reformulação de valores, idéias e crenças. O ser humano está sempre em evolução e transformação. Nossos entendimentos de bom e mau, certo e errado modificam-se de acordo com o prisma que escolhemos para decodificar a vida.

A sexualidade deve ser olhada e aceita como algo natural que faz parte do desenvolvimento, das descobertas, das experiências pessoais e principalmente da expressão da vida. Para vivenciar a própria sexualidade sem culpas ou sofrimentos é necessário respeito próprio e enfrentamento dos próprios medos, conseguidos apenas através da ampla consciência de quem somos e da noção de nossas possibilidades e responsabilidades. Antes de qualquer coisa, respeito a si próprio. Não se esqueça disso.

Falta de desejo feminino: você conhece?

Falta de desejo feminino: você conhece?

Tenho recebido muitas perguntas sobre as disfunções sexuais femininas. Em meu consultório, muitos casais vem em busca de soluções para diferentes problemas nesta área, então, vamos conversar um pouco sobre o assunto.
 
Hoje vou escrever um pouco sobre inibição do desejo sexual feminino.

Não são apenas as mulheres que buscam compreender a falta de desejo sexual feminino, muitos homens buscam terapia sexual com suas parceiras a fim de ajudá-las.
 
Importante iniciarmos a explanação pela questão histórica. Desde crianças, a educação para meninos e meninas é diferente. Aos meninos é solicitado que “mostrem o pintinho”, às meninas é pedido que “fechem as pernas, as calcinhas estão aparecendo”. Na adolescência o garoto que sai com várias meninas é “o pegador”, idolatrado por tal façanha. A garota, se sair com vários meninos é tida como “fácil”, “galinha”, “não é pra casar” e assim por diante.
 
Na maioria das vezes, no que tange a educação, é passada de forma implícita, que as mulheres precisam satisfazer seus companheiros (sexualmente falando) pois correm o risco deles procurarem outras. Então, além de ao homem tudo ser permitido, ele ainda encobre suas saídas paralelas, quando elas acontecem, culpando a mulher, com frases do tipo: “ela deixou uma brecha”, “ela não fazia na cama o que eu gosto“, “homens tem necessidades diferentes das mulheres”, e coisas do gênero.
 
Bom, se as mulheres precisam satisfazer os desejos masculinos, que espaço elas têm para pensarem nelas mesmas?Ninguém é unicamente responsável pela satisfação de outra pessoa. Algumas pessoas inclusive gostam de salientar que o sexo deve ser algo egoísta, que cada um deve pensar em si.
 
O que, na verdade acontece, é que como os homens tem uma educação mais livre e permissiva para falar e viver sua sexualidade, para eles sexo é uma coisa mais natural. É bom pensar em sexo como prazer.
 
A mulher, quando vai falar de desejo, que tem ou gostaria de ter, a amiga já olha meio de lado, como quem questionando: “prazer? Você não quer demais eim?”.

Trabalho com mulheres que nem conhecem seus genitais. Nunca pegaram um espelho para olhar sua vagina. Tem nojo, medo. Nunca se tocaram. “Isso é feio”, dizem.
 
Ora, como vou poder dizer ao meu parceiro onde gosto de ser tocada e acariciada se nem ao menos eu sei? E como vou descobrir se eu mesma não permito me tocar ? Não é o outro que precisa descobrir o que eu gosto, isso não é obrigação dele, é minha. É neste sentido que digo que cada um é responsável por seu prazer, por descobrir seu prazer e depois poder trocar com o parceiro o que e como gosta.
 
Muitas mulheres também não desenvolvem nem fantasias sexuais. Tem medo. Ora, fantasia, como diz o nome, não necessariamente vira realidade, a não ser que os dois desejem. E fantasia sexual é essencial para a relação. Fantasia não é apenas ver filme pornô. Pode ser ler contos eróticos (podem ser encontrados pela internet), visitar uma sex-shop, ver filem erótico (não pornô), brincar com o parceiro em lugares diferentes, etc.
 
Como o homem é um ser visual, ele sente maior excitação no sentido chamado visão. A mulher desperta seu desejo maior no sentido chamado audição, ouvir. Por isso muitas mulheres são chamadas de tolas, porque “caem na lábia” de muitos homens. Ouvir coisas bonitas e gostosas é uma das coisas que as mulheres gostam muito. Um está certo e outro errado? Nada disso, são apenas diferenças que precisam ser compreendidas para compreendermos o restante também.
 
Será que subentendemos que a mulher deve satisfazer seu marido e procriar apenas? Desejo? Vontade? “Isso não é coisa de mulher”, dizem algumas.
 
Estamos redondamente enganadas. Isso é coisa de mulher sim. Só que enquanto não despertarmos para nossa responsabilidade para com isso, não podemos cobrar compreensão. Compreensão de que? De não ter desejo ou de não saber se tem, ou ainda de ter desejo e ter vergonha de dizer que tem.
 
Se você percebe que tem alguma problema nesta área, busque um (a) terapeuta sexual para lhe ajudar. Tudo tem solução, basta você querer. Viva com prazer.

Conflito de gerações

Conflito de gerações

Os amigos são tudo. Os pais nunca a entendem. Há dias em que tudo parece simples e outros que são tempestade pura, quando você só quer gritar com o mundo, dizendo que todos estão errados.
 
É, a adolescência é assim, o corpo estica, arredonda, cresce para todos os lados. Quando percebe, você está dentro de uma nova embalagem e tem dificuldade para se reconhecer dentro dela.
 
Mais dificil ainda é reconhecer as mudanças que estão acontecendo dentro da sua cabeça e fica a milhão com tanta coisa para pensar: escola, irmãos mais novos e os mais velhos também, as amigas, os garotos e seus pais.
 
Ah, os pais... como é que do nada eles parecem não entender uma palavra do que você fala? Quando foi que eles se tornaram chatos? Quem são essas pessoas tão por fora e que não entendem nada?
 
Na verdade, são os mesmos pais de sempre. Quem mudou foi você. Pense bem, quando você grita por causa de uma roupa ou bate a porta do quarto porque não poderá ir ao shopping, é um comportamento infantil. E tem ainda o excesso de agressividade com que você ataca todos.
 
Seus pais também querem entender essa nova pessoa que fica cada dia mais independente e está aprendendo a ser madura. Mas que ainda tem muito que aprender.
 
Será que dá para passar por esse período em paz com os pais? Dá sim. Respeito e doses cavalares de paciência ajudam bastante.
A adolescência é o período em que a garota deixa de lado os valores dos pais para criar seus próprios valores. Muitas vezes, as adolescentes precisam testar gostos e pensamentos diferentes dos pais para descobrirem quem realmente são, a sua verdadeira personalidade como indivíduo.
 
Essa busca pelos valores é que costuma causar um choque direto com os pais. Você quer muito ser ouvida, mas, por outro lado, não se esqueça de que eles têm mais experiência. Parece estranho, mas seus pais já foram adolescentes também, e podem dar toques importantes para que você passe por tudo isso de uma maneira mais fácil. A adolescência é um período de conflitos e mudanças para qualquer menina ou menino. E vocês vão se dar melhor se esse conflito for bem administrado com muita conversa e compreensão.
Os pais também têm razão de reclamar do comportamento dos filhos. Se a adolescente quer mostrar que cresceu, está na hora de agir como tal. Nada de fazer cara feia ou ter comportamentos infantis diante de uma bronca ou proibição. Isso é normal e faz parte de seu amadurecimento.
 
Ela alerta, por outro lado, para o fato de que muitos pais podem não se conformar por ter perdido o posto de heróis insubstituíveis dos filhos. Alguns têm dificuldade de suportar o olhar crítico dos jovens, que começam a questionar tudo e passam a ver os pais como são: pessoas com todos os defeitos e qualidades, porém com muito mais experiência. Lembre-se de que você também tem um monte de defeitos e que, por isso, é bacana pensar no lado dos pais e ouvir o que eles têm a dizer.
 
O adolescente tem direito de: ser ouvida e poder expressar suas idéias, ter seu espaço, como o quarto, por exemplo, respeitado pelos pais, manter sua privacidade, por exemplo, ao telefone, com seu diário pessoal e em suas conversas, poder argumentar seu ponto de vista, quando deseja algo com que os pais não concordam, como usar roupas pretas ou salto.
 
Mas os pais também têm direito de: Pedir mais responsabilidades, como manter o quarto arrumado, por exemplo, cobrar da filha (ou do filho) a responsabilidade pelo cuidado com seu corpo e com suas coisas, participar da vida das filhas (dos filhos) e orientar as escolhas, ser respeitada sempre.
 
Por que rolam tantas discussões entre adolescentes e seus pais?
 
Antes eu não discutia com a minha mãe. Agora eu discuto até ela chegar à mesma conclusão que a minha.” Irene, 11
Sua mãe deve respeitar os seus gostos e desejos, assim como você também tem que respeitar os gostos dela. Mas, nem sempre, você terá seus desejos aceitos e precisará lidar com isso em várias situações em casa, na escola e por toda a vida.
 
“Minha mãe quer que a gente volte aos tempos antigos. Eu gosto de roupa preta; ela, de roupa clara, e quer que eu use um visual antigo.” Beatriz,10
Você está certa. Sua mãe quer que você se vista como ela, mas, conversando, você vai conseguir fazer com que ela a entenda. Mesmo não aceitando os seus gostos, ela deve respeitá-los.
 
“Antes, minha mãe arrumava meu quarto e deixava tudo bonitinho. Agora, sou eu quem tem que arrumar. Ela diz que sou grande e que tenho que fazer isso. Mas, se quero ir ao shopping sozinha, ainda sou criança.” Inaiara, 10
Arrumar o quarto deve ser sua obrigação, afinal o quarto é seu! Entenda que, aos poucos, seus pais irão perceber que você está crescendo em todos os aspectos e vão deixá-la ir ao shopping. Mas é preciso que você mostre a eles que está crescendo, sendo responsável.
 
“ Tenho vergonha de falar de quem eu gosto para minha mãe. Antes, eu não sabia como era gostar de uma pessoa. Da primeira vez que contei, ela ficou rindo. Então, eu não falei mais” Flávia, 10
Você está certa sim, mas seria bom perguntar a ela por que riu. Ninguém melhor do que sua mãe para dizer o porquê da risada. Deixe que ela explique e fale como você se sentiu chateada. Assim, pode confiar nela e contar o que sentir vontade.
 
“Minha mãe me trata como criança. Quer que eu sente no colo e eu morro de vergonha. Parece que não percebe que eu mudei, que eu não uso mais roupas com desenhos de cachorrinho.” Gabriela, 10
Que tal conversar com jeito com sua mãe e dizer que você não quer mais se sentar no colo dela, embora continue a amá-la? E que gostaria de ter o direito de usar as roupas que você escolher?
 
Respeito e diálogo. Isso é o que há de mais importante numa relação. A maior parte das famílias não sabe conversar, e é preciso aprender. Corremos o risco de perder nossos filhos por isso. Sempre é tempo de aprender, se sentir necessidade, busque ajuda, mas aprenda a dialogar.

Diálogo entre pais e filhos adolescentes

Diálogo entre pais e filhos adolescentes

Os pais muitas vezes se sentem inseguros, porque a tarefa de educar um filho não é fácil. Em geral eles desejam o melhor para os filhos, mas também têm a função de colocar limites e fazer respeitar regras e isso é uma coisa que adolescente não gosta muito. Ele está na fase de buscar sua individualidade e quer ser livre.
 
No entanto, até duas pessoas que não falam a mesma língua, porque são de países diferentes, podem se entender. Existe uma linguagem universal que é a do olhar, do gesto, do corpo, do sorriso.
 
Existem algumas atitudes que são muito importantes para facilitar a comunicação, não apenas entre pais e filhos, mas entre as pessoas de modo geral. A primeira delas é sermos verdadeiros e espontâneos ao expressarmos nossos sentimentos. O que é verdade toca mais facilmente o coração do outro. Ao invés de reagir com silêncio, com cara feia, devemos falar aquilo que estamos sentindo, tanto em relação ao que nos agrada quanto em relação ao que nos desagrada nas diversas situações.
 
Outra coisa importante é a assertividade. A pessoa assertiva defende os seus direitos e coloca limites sem agredir nem ofender o outro. Isso é muito importante, porque muitas vezes o que ofende não é o que dizemos, mas como dizemos as coisas. Podemos falar para a pessoa que não gostamos de sua atitude ou que estamos magoados ou zangados, sem sermos agressivos.
 
Há ainda outro fator de grande importância que é o bom humor. Famílias que sabem rir e se divertir juntas, (quer vendo um filme, comendo pipocas e rindo, quer simplesmente estando lado a lado) que brincam e fazem piadas, são mais saudáveis, se estressam menos e se tornam mais próximas. A brincadeira facilita o diálogo, quebra o gelo e torna o clima mais descontraído.
 
E não posso deixar de citar ainda a inversão de papéis. Sempre que houver uma discussão por algum assunto, tente se colocar no lugar da outra pessoa. Isso ajuda a entender melhor o ponto de vista do outro. Os pais não são os que “sabem tudo” só porque têm mais idade. É importante poder discutir assuntos, ouvir idéias e opiniões e até poder mudar o “ponto de vista”. São gerações diferentes, com pontos de vista diferentes.O importante é poder conversar sobre isso.
 
O diálogo é uma ponte que se estabelece entre as pessoas. Mas existem outras formas de linguagem. Um abraço, um carinho, um afago. Busque, investigue, procure, tente...sempre é tempo de aprender e de começar.

Falando sobre infidelidade

Falando sobre infidelidade

No consultório e em meu site, tenho visto, ouvido e sido questionada sobre várias itens com relação a infidelidade. Fiz uma mescla de alguns deles e vou respondê-los a fim de esclarecer alguns mitos.

1. Quando revelada a infidelidade, há o divórcio: Ninguém casa pensando que um dia vai ser traído, mas é inevitável também não pensar sobre isso. Diversas pessoas, quando não passaram por tal situação enchem a boca para dizer que jamais perdoariam e depois a história muda. Na grande maioria dos casos a infidelidade não é “o” problema, e sim a forma de manifestação de um problema. Para muitos casais com os quais trabalho a infidelidade é uma forma de reconstruir o casamento, amadurecer a relação e torná-la mais forte.

2. Todo mundo trai. A infidelidade tem realmente crescido. Isso leva cada vez mais casais a buscarem ajuda psicológica. Mas estamos longe de dizer que TODOS traem. Isso seria uma posição confortável para aquele que trai. Pode aliviar a consciência apenas. Diversos casais vivem bem sem passar por esta turbulência.

3. Quem trai não ama o cônjuge. Muitas vezes é apenas uma forma de mostrar a insatisfação, mesmo que ainda exista amor. Ainda que condenável, o início de relação extraconjugal está mais perto de uma falta de capacidade de lidar com os problemas de uma relação, de um casamento, do que a falta de amor. Às vezes a falta de diálogo para pequenos desgostos como rotina, desgaste, falta de afeto, etc.

4. A terceira pessoa é mais bonita, mais elegante ou mais inteligente do que o cônjuge. Claro que num primeiro momento a gente pensa que se há uma troca, deve ser para melhor. Mas precisamos pensar que em qualquer início de relação há uma novidade, baseada na sobrevalorização das qualidades e na desvalorização dos defeitos, trás o frescor que parecia perdido, a paixão, o êxtase, “as borboletas no estômago”.
A terceira pessoa representa, sobretudo, a oportunidade de viver momentos geradores de bem-estar (em oposição aos momentos de tensão do casamento). O que é valorizado é o prazer destes encontros, e não as qualidades pessoais do(a) amante.

5. A responsabilidade é do cônjuge traído. Isso ainda é um papo que apareceu nas gerações mais antigas, mas ainda há quem acredite que a infidelidade aconteceu porque o cônjuge traído não “esteve à altura”. O pior, tem traídos que acreditam nisso. É preciso olhar para a relação no seu todo: compreender o papel que a infidelidade veio ocupar na história do casal é um processo mais complexo e profundo.

6. A infidelidade apimenta a relação. Esta é outra ideia confortável para o cônjuge traidor. Ninguém gosta de ser enganado, seja em que área da vida for. Há formas consentidas de apimentar a relação como swing que seria trazer uma terceira pessoa a relação. Uma traição revela um problema que representa uma quebra de confiança a qual nem sempre é recuperável.

7. É possível esconder “o caso” e proteger o casamento. Mesmo que o cônjuge traído não busque medidas radicais como colocar um detetive, a maioria das relações extraconjugais acaba por ser descoberta de uma ou de outra forma. Às vezes é por via dos filhos, outras vezes o próprio cônjuge traidor abre o jogo, ou deixa rastros tão evidentes que se faz descobrir, etc. A revelação do segredo pode constituir um forte abalo para todos os membros da família e, ao mesmo tempo, funcionar como um ponto onde se pode virar o jogo. Nenhum casamento está protegido quando há segredos desta natureza.

8. A infidelidade é mais comum entre os casais que estão sempre a discutir. A verdade e realidade de cada casal está muito distante daquilo que observamos, por isso algumas vezes somos surpreendidos por pessoas que nos pareciam modelos e estão em processo de separação. Discutir não é necessariamente mau. Os casais que temem o confronto, a discussão sadia, estão tão vulneráveis ao problema da traição quanto aqueles que discutem muito. A harmonia conjugal não é mensurável através do número de discussões.

9. Quem trai não sofre. A infidelidade não pode ser confundida com um azar, fruto de qualquer conspiração divina. Quem trai faz uma escolha e deve assumir essa responsabilidade. Mas isso não implica que a pessoa mereça ser condenada ou que não esteja a sofrer. Poucas pessoas conseguem manter uma relação extraconjugal sem se sentirem debaixo de forte pressão. Os sentimentos contraditórios por que passam podem ser difíceis de entender para quem acabou de ser traído, mas são reais. A atração pelo desconhecido e pela novidade, junta-se a sentimentos de culpa e amor ao cônjuge e podem gerar a sensação de que não há saída possível. Por isso, há pessoas que procuram ajuda especializada nestas circunstâncias.

10. Lembre-se, fidelidade é uma questão de opção.

Problemas conjugais: você sabe lidar com eles?

Problemas conjugais: você sabe lidar com eles?

Há uma considerável lista de fatores que contribuem para os problemas conjugais, que vão desde dificuldades financeiras até a incompatibilidade de gênios. Entretanto, o que será considerado aqui é como as pessoas se apegam umas às outras (criam vínculos).
 
Desde bem pequenos os seres humanos têm a necessidade de cuidados por parte de outrem. Durante o período de formação da personalidade o vínculo afetivo é um elemento primordial. Ele é básico. Do latim, vinculum: atadura, laço, aquilo que une.
 
Estudos conceituam o vínculo afetivo como sendo fundamental para as relações humanas. Mas o que tem se tornado presente durante a estruturação da personalidade infantil são os contatos superficiais, cuja preocupação localiza-se em prover a criança com alimentos, moradia e escola. Todavia, são insuficientes. E, ainda, muitas mudanças geográficas e/ou trocas constantes das pessoas que os cuidam dificultam a formação do vínculo.
 
Depois, na vida adulta, essa falta de vínculo na infância, em muitos momentos, interfere nos relacionamentos que a pessoa passa a ter. As pessoas não conseguem perceber este tipo de deficiência em seus relacionamentos. Focalizam os problemas em outras questões, ou ainda, preferem nem tocar no assunto.
 
Entretanto, perde-se a chance de resolver na causa os efeitos de uma convivência difícil. Nestes casos, especificamente, onde houve uma deficiência na formação de vínculo na infância e as decorrências comprometem os relacionamentos subseqüentes, daremos o nome de Síndrome do Comportamento de Hospedagem ou SCH.
 
No relacionamento de um casal onde há a presença da SCH, quando entra na rotina da convivência, faz surgir um novo tipo de comportamento. A pessoa age, inconscientemente, de forma semelhante a um hóspede dentro de sua casa. Realiza as suas atividades comuns. No entanto, a sua forma de ser apresenta frieza, ocasionada pelo distanciamento. Aos poucos, vai agindo como se estivesse hospedada na casa, cumprindo com alguns papéis pertinentes, todavia, trata as questões, antes parcimoniosas, de forma independente. Deixa as responsabilidades, sobretudo as domésticas, para o outro cuidar. Onde havia uma atmosfera de cordialidade e doçura, passa a existir um espectro de isolamento e pesar. O outro vai percebendo esta diferença e acaba por se sentir, pouco a pouco, só. A sensação deste isolamento origina-se na forma pela qual a ausência do vínculo se manifesta nesta relação.
As discussões passam a existir com uma freqüência crescente. Os conflitos podem surgir e avoluma-se no processo bola-de-neve. A pouca consciência a respeito da SCH provoca a discórdia entre o casal, atingindo quem estiver por perto nesta convivência, via de regra, os filhos. Lembranças e cobranças de como a vida conjugal era boa anteriormente são lançadas no calor das discussões. Isto faz aquecer ainda mais o desentendimento. Esta é uma situação estressante para o casal, podendo levar os seus envolvidos à depressão e outros males, além da separação.
 
Este comportamento reflete o quanto o seu portador, inconscientemente, procura manter distância afetiva do outro para que não haja envolvimento.
 
Por se tratar de uma síndrome enraizada na formação vincular faz-se necessária uma avaliação psicológica. Além de indicar tratamento através de profissional especializado nas relações familiares, objetivando as mudanças terapêuticas necessárias.
Não raro, crê-se que a síndrome nasceu dentro do relacionamento. Todavia, ela foi desencadeada, apenas, durante o convívio. A pessoa não enxerga o problema já antigo. É possível comparar relações anteriores a atual e sentir que há algo semelhante nelas. Contudo, é insuficiente para aceitar a síndrome e o seu tratamento. O jogo de culpa é apenas um instrumento para se defender, na tentativa de diminuir as péssimas sensações diárias. De nada adianta. Só aproxima o casal da separação.
 
Buscar ajuda especializada é o remédio. Crer numa solução de poucos recursos como o esperar o tempo como agente de mudanças é dar oportunidade para que se instale a piora. Uma boa avaliação psicológica pode dar novos rumos às vidas das pessoas que pretendem o convívio. Dialogar, e, entenda-se bem, conversar com o coração aberto, oferece uma primeira abertura para se compreender a vida do casal. Dar o primeiro passo pode modificar aquilo que já era considerado algo inevitável, como a separação. Há uma necessidade de crescimento por parte das pessoas envolvidas. O grau de maturidade determinará o quanto se quer conviver bem. Ambas as partes devem estar dispostas e comprometidas em participar deste processo, apoiando-se.
 
Cuidar da questão, alterando o comportamento de hospedagem para o de comprometimento afetivo em conjunto permite existir a unidade fundamental das relações conjugais: a dependência equilibrada e necessária do vínculo. Vale a pena lutar com vontade, ajuda e conhecimento.

Depressão: o que é e como tratar

Depressão: o que é e como tratar

1 - O que é depressão?
A depressão é um transtorno do humor. Isto significa uma diminuição do humor que é acompanhado por um conjunto de outros sintomas como: ansiedade, agitação, lentidão do funcionamento mental, falta de energia e de vontade, idéias de que nada vale a pena, disfunções fisiológicas (como insônia ou excesso de sono), idéias suicidas e queixas diversas.
 
2 - Como diferenciar a tristeza e a depressão?
É normal que uma pessoa experimente sentimentos de tristeza diante de alguns fatos da vida (como morte de uma pessoa querida, divórcio, perda de trabalho, perda de saúde, mudança, etc. ).
 
A depressão é uma alteração muito mais grave do humor e pode causar danos maiores à pessoa com o problema.
As relações com outras pessoas ficam bastante difíceis e podem levar a perdas de relacionamentos em ligações de amizades, namoro, casamento ou profissionais.
 
3 - Como podemos saber se uma pessoa tem uma depressão?
As pessoas experimentam a depressão de maneiras muito diferentes. Os sintomas variam de pessoa para pessoa. Se alguém apresenta alguns dos sintomas abaixo, por um período grande ou se os sintomas são tão severos que interferem em sua vida diária, podemos desconfiar que ela apresenta uma depressão.
 
- Tristeza prolongada, “sensação de vazio” e ataques de choro sem explicação.
- Dormir muito pouco ou dormir demais.
- Perda de apetite e de peso ou aumento de apetite e de peso.
- Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram prazerosas.
- Inquietação ou irritabilidade.
- Dificuldades para concentrar-se, recordar ou tomar decisões.
- Fadiga ou perda de energia.
- Sentimento de culpa, de desesperança ou inutilidade.
- Pensamentos recorrentes sobre a morte ou suicídio.
 
4 - Qual o primeiro passo para ajudar uma pessoa que consideramos estar padecendo de uma depressão?
O primeiro passo é entrar em contato com um profissional de saúde. Somente ele poderá estabelecer um diagnóstico e indicar as melhores opções de tratamento.
 
Devemos lembrar que quanto antes isto for feito, melhor. A depressão traz um risco de suicídio muito elevado. É uma condição que necessita de um tratamento vigoroso.
 
5 - A depressão é tratável? Como são os tratamentos?
Sim. É uma condição que quando corretamente diagnosticada e tratada apresenta melhora significativa. Em geral, os tratamentos da depressão são feitos com o uso de medicamentos antidepressivos e psicoterapia. Como as pessoas experimentam a depressão de maneiras diferentes, somente o profissional de saúde mental poderá fazer a melhor indicação dos recursos de tratamento a serem usados.
 
6 - Como os amigos e familiares podem ajudar a pessoa deprimida?
Com incentivo à continuidade do tratamento e conversando bastante com a pessoa deprimida, ajudando a entender que este momento tão sofrido não é para sempre.
 
É muito importante a ajuda de amigos e familiares porque hámuito preconceito em relação aos problemas de depressão e a pessoa deprimida sente-se fracassada, como se tratasse de uma falha moral, de uma fraqueza de caráter. É muito importante ajudar o deprimido a aceitar e encarar de uma forma realística a sua condição, evitando tomar decisões importantes, como separação conjugal, mudanças de emprego, venda de propriedade, etc. durante o período agudo da depressão.
 
A família e amigos devem evitar exigências de que a pessoa faça aquilo que no momento não é possível para ela. É importante estimular mas não exigir. Devem ser evitadas frases como “você não tem nada”, “se quiser é capaz de trabalhar e estudar”.
Quem nunca teve uma depressão pode ter dificuldade de entender o profundo sofrimento de uma pessoa deprimida.

Estresse: o que é?

Estresse: o que é?

É provavelmente o quadro clínico mais freqüente que existe. Trânsito, problemas financeiros, profissionais, familiares, situações de vida, doenças, alterações de metabolismo, uso de alguns medicamentos, de álcool, de drogas, acidentes, correria, insegurança (tanto financeira quanto, no caso de nossas cidades, física mesmo), dificuldades com chefes, colegas de trabalho, filhos, cônjuges, pais, carro quebrado, Marginal parada e etc., vão fazendo com que nosso corpo produza quantidades anormais de Adrenalina.
 
A Adrenalina é um hormônio produzido por nosso corpo e tem a função de fazer nosso organismo se defender. Ela faz com que o sangue irrigue mais o coração o cérebro, os pulmões e os músculos. Isso para que fiquemos alertas, fortes e com todos os sentidos aguçados, para enfrentar o perigo. A produção de Adrenalina durante um certo tempo é benéfica para nós pois faz com que nosso organismo esteja apto a se defender de agressões. O problema é que nossas condições de vida fazem com que esse tempo seja muito longo.
 
Então começam os sinais de Stress:
- Diminuição do rendimento, erros, distrações e faltas na escola ou no trabalho.
- Insatisfação com tudo.
- Indecisão, julgamentos errados, atrasados, precipitados.
- Piora na organização, adiamento e atrasos de tarefas, perda de prazos.
- Insônia, sono agitado, pesadelos.
- Irritabilidade, explosividade.
- A concentração e a memória diminuem.
- Coisas que davam prazer se tornam uma sobrecarga.
- Reclamações mais freqüentes do que o habitual.
- Uso de férias, feriados e finais de semana para colocar o serviço em dia, ao invés de relaxar e se divertir.
- Ocupar cada vez mais tempo com trabalho e menos com lazer. Parece que o dia normal de trabalho não é mais suficiente para o que tem que ser feito.
- Diminuição de entusiasmo e prazer pelas coisas.
- Sensação de monotonia
 
O que geram os sintomas do Stress:
- Cansaço
- Ganho ou perda de peso
- Infecoçes, gripes e outras viroses, por exemplo Herpes
- A Pressão Arterial e o Colesterol sobem, enrijecendo as artérias e favorecendo o aparecimento de Arteriosclerose, derrames, infartos, etc
- Dores de cabeça, dores musculares, dores “de coluna”, Fibromialgia
- Bruxismo (significa ranger dentes durante o sono)
- pernas intranqüilas, principalmente na cama, durante a noite
- Má digestão, gastrites, úlceras
- Prisão de ventre e diarréia, flatulência (gases)
- Acne, pele envelhecida, rugas, olheiras. Seborréia, queda de cabelos, enfraquecimento das unhas
- Diabetes
- Diminuição de Libido, Impotência Sexual
- Tentativa de relaxar com álcool, nicotina, drogas e excesso de comida, causando outras complicações no organismo
- Doenças psicossomáticas
- Ataques de ansiedade
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
- Ataques de Pânico que podem ou não evoluir para uma Síndrome do Pânico
- Depressão
 
1) Não é necessário que aconteça um sobrecarga exagerada para começar um estado de Stress. Na maioria das vezes existe um acúmulo de pequenos fatores, que somados produzem uma grande sobrecarga em nosso organismo.
 
2) Sobrecargas "boas" também podem causar Stress:
Imagine reformar ou construir uma casa (não é bom ?) e ao mesmo uma promoção no trabalho, com todos os desafios inerentes a essa promoção. Ou a construção de uma casa e o nascimento de um filho. Ou um emprego novo, depois de um período parado (um stress “bom” depois de um “ruim”).
 
No decorrer de nossa vida vamos aprendendo a conviver, controlar e administrar os problemas que nos sobrecarregam e causam ansiedade.
 
Cada pessoa é capaz de administrar certo números de fatores de sobrecarga porém além de um certo limite seu organismo entra em Stress. Imagine que você esteja passando por problemas financeiros, profissionais e familiares ao mesmo tempo. Provavelmente você conseguiria administrar bem um ou dois desses problemas, mas talvez não os três ao mesmo tempo.
Isso quer dizer que você não precisa se livrar de todos os seus problemas para melhorar, basta chegar à quantidade que você consegue administrar sem se sobrecarregar muito.
 
O que fazer ?
- Na maioria dos casos a solução é óbvia, muito gostosa mas difícil de se fazer: mudar hábitos.
- Deitar mais cedo, dormir mais, fumar e beber menos (um pouco de álcool socialmente é bom), alimentação mais saudável, socializar mais com amigos, dançar. Fazer esportes, ir ao cinema.
- Viajar, tirar férias, curtir a família.
- Lembre-se: até Deus precisou descansar no sétimo dia !
- Massagens de relaxamento, etc.
- Um banho mais demorado
A Psicoterapia ajuda muito. Na maioria das vezes, só o fato de poder conversar com uma pessoa neutra e tecnicamente preparada já é suficiente para ajudar a organizar melhor os pensamentos e com isso administrar melhor os problemas.
- Um bom condicionamento físico é sempre importante, ainda mais para quem está sujeito a ter somatizações. Além disso, ginástica libera Endorfinas, que são nossos Antidepressivos naturais e aumentam nosso bem estar. Portanto, coloque-se em forma.
- Medicação. Pelo menos nos primeiro dias ela é importantíssima. Ela bloqueia as descargas de Adrenalina, de modo que os sintomas físicos desaparecem. Com isso a pessoa tem mais liberdade para pensar em reorganizar a vida, pois não tem mais a preocupação com os sintomas (que por si só eram mais um fator de sobrecarga).
 
Os tranqulizantes por certos períodos são úteis. As pessoas tem medo de "tomar calmante e ficarem dependentes".
A imensa maioria da pessoas nem abusa nem fica dependente.
Em situações especiais é bem melhor tomar um tranqüilizante do que ter um infarto do miocárdio ou um acidente vascular cerebral.
Quando se instala um Depressão ela irá piorar o Stress e criar um círculo vicioso, portanto deve ser tratada.
 
Por ser um quadro clínico tão comum, o Stress é um dos distúrbios que as pessoas mais tratam através de auto-medicação, conselhos de amigos, "empurroterapia" . O resultado é a perpetuação do quadro, com graves problema para a saúde e também para a convivência familiar e profissional.
 
Não deixe de se tratar. Sua qualidade de vida só pode melhorar.

Socorro, sou uma pessoa infeliz

Socorro, sou uma pessoa infeliz

A maioria de nós conhece, tem ao seu lado ou próximo de si, pessoas queixosas. Pode ser o irmão, o avô, um amigo distante, um colega da universidade, etc. Para uma simples pergunta: “como tem passado?” ouve-se uma série de dificuldades e problemas que a pessoa tem, está passando ou pensa que pode passar. Ainda assim, somos uma sociedade otimista, se não otimista, ao menos acomodada. Mas vivemos o paradigma e o estigma da felicidade, buscamos ela de forma incessante, ainda que algumas vezes de forma pouco adequada.
 
E quando olhamos em nossa volta encontramos histórias de vida surpreendentemente distintos – sim, todos conhecemos também pessoas resilientes, que foram capazes de ultrapassar grandes adversidades na vida e que desafiam diariamente o jogo das probabilidades; se não estão ao nosso lado, já tivemos o prazer de ver na televisão ou de ouvir de outras pessoas. Mas também conhecemos pessoas que aparentemente têm tudo para serem felizes e que, para nosso espanto, não o são.
 
Aqui não me refiro ao queixoso, aquele descrevi no primeiro parágrafo, e sim àquelas pessoas que se queixam por tudo e por nada e que permitem que a amargura tome conta de si. Refiro-me àquelas que tantas vezes levam vidas exteriormente normais e que, numa análise mais profunda, se assumem como infelizes desde sempre.
 
Algumas pessoas são incapazes de reconhecer períodos de felicidade no seu percurso de vida. Olham para trás e não veem nada além de cansaço, sofrimento, melancolia e tristeza. Não há alegria, não há força, não há ambição, não há vontade, desejo, objetivos. Muitos destes casos não chegam sequer aos consultórios de psicologia porque as pessoas aprendem a viver assim, adaptando-se a estes estados emocionais, mantendo os respectivos empregos e demais compromissos e sendo vistas pelos outros como “normais”. Estas pessoas não vivem. Existem. Não vibram, não se empolgam, não tem grandes planos...se empurram, com dificuldade. Cada dia é um “leão vencido” como algumas relatam. E isso tem muito pouco de bom.
 
Pessoas que tem ausência bem estar e felicidade geralmente são pessoas que tem um transtorno depressivo que muitas vezes é negado pela própria pessoa e também por seus familiares, ainda que isso fique evidente no dia a dia. Mas como em muitos destes casos a depressão é crônica, podendo estar presente desde a infância, não existe um ponto de comparação para lembrar o antes e depois. A pessoa acha que está fazendo o que pode para lidar com os problemas, nas não está. Simplesmente porque não sabe como fazer, porque não sabe que tem um problema, acostumou-se a viver desta forma, imagina que a vida é assim mesmo. Algumas destas pessoas tem doenças constantes. Outras simplesmente não se importam...sobrevivem.
 
Na maioria dos casos bastaria uma exposição clara e honesta em um consultório médico para que este encaminhasse o paciente a um especialista. Ainda temos pudor na abordagem clínica das dificuldades de natureza afetiva e emocional. Os médicos estão, de um modo geral, sensibilizados e preparados para lidar com a depressão e as suas diferentes manifestações, mas muitos doentes camuflam o seu estado emocional.
 
Ainda que o clínico geral possa realizar o acompanhamento médico e farmacológico da depressão, a avaliação rigorosa (e possível identificação de perturbações associadas ao transtorno depressivo) pode depender de uma consulta de Psiquiatria. O psiquiatra não é “médico de louco” como muito pensam e falam. É alguém preparado para lidar com problemas da mente. E a depressão é um desses problemas, seja esta depressão hereditária, familiar ou seja lá a denominação que tiver, assim como a ansiedade e tantos outros. Em qualquer caso, estas dificuldades são normalmente tratadas com a medicação antidepressiva e a Psicoterapia (tratamento com o psicólogo). Porque os dois? Porque o psicólogo ajuda, com o diálogo, a visualizar caminhos novos onde antes parecia não existir nada. Orienta formas de lidar com cada situação que não pode ser modificada, também orienta a família que vai precisar ajudar a pessoa doente. A ajuda existe. O que há a perder em dar o primeiro passo? Nada, a não ser a tristeza, que esta sim, precisa ir embora de vez.


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