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Postado em 24 de Maio de 2016 às 14h39

O que é Natal?

É natal e na grande magia que evolve esta época do ano, despertam dentro de alguns um potencial de solidariedade e compaixão , surgem as campanhas contra a fome e a miséria humana, renasce dentro de nós a esperança na humanidade e em sua generosidade. Muitas famílias passam juntas esta noite, pessoas perdoam-se mutuamente, desentendimentos são desfeitos, compartilha-se a emoção e a alegria que envolve a história do menino Jesus e a lenda do bom velhinho, tudo gira em torno do amor. É o aval que algumas pessoas precisavam para demonstrar seu carinho e sua gratidão às pessoas que querem bem. A figura de JESUS simboliza a capacidade humana de ser humilde, generoso, de amar, compartilhar, preocupar-se com o outro e principalmente respeitar as pessoas, independente de classe social, ou mesmo das próprias crenças.
De forma geral, fomos educados dentro de uma concepção filosófica - religiosa onde aprendemos a valorizar o ser generoso, aquele que oferece toda a sua disponibilidade e bens para o outro, sem pedir nada em troca. Só podemos oferecer o que temos, a generosidade é uma capacidade emocional que se relaciona ao desprendimento e a auto- estima. Quando você oferece algo para alguém esperando algo em troca, isto chama-se na verdade “investimento” e portanto você não está dando nada; quando você oferece algo e cobra o pagamento, isto é “venda” e portanto o outro tem direito de saber o que está comprando e qual o preço do produto para decidir se o quer ou não.
As relações afetivas de todo tipo, sejam familiares, amorosas, sexuais, fraternas ou quaisquer outras, tem como base o compartilhar de afetos, pensamentos, emoções, respeito mútuo e portanto não se trata de investimentos no sentido que coloquei anteriormente, nem de venda. É como a garota que gasta todo seu salário com um lindo presente para seu namorado e na noite de natal ele chega com um “pacotinho de bombom” e sente-se culpado por ter sido tão “mesquinho”. Na verdade nenhum dos dois estava satisfeito e seguro da própria atitude, ela esperava algo mais “substancioso” pelo menos, mais próximo do esforço que fez para agradá-lo, enquanto deveria na verdade é reavaliar seu modo de sentir-se passível de ser amada. Esta equação: “tenho que oferecer muito para as pessoas perceberem como eu sou legal, e obviamente ser recompensada”, são velhas companheiras consciente ou inconsciente das pessoas que se acham generosas demais para este mundo cruel e mesquinho que não reconhece sua grandeza e generosidade.
Na verdade o centro desta questão é uma auto-estima muito baixa, uma dificuldade de perceber o próprio valor. Como isso é possível numa sociedade capitalista e competitiva como a nossa? Como sermos ‘bons” sem nos sentirmos “bobos” ou nos tornarmos tirânicos? Aprendemos com nosso desenvolvimento pessoal, que toda relação contém em si algum tipo de troca, buscamos ser aceitos em nossa forma de estarmos no mundo, sermos compreendidos em nossos motivos e principalmente , buscamos ser felizes. Ser BOM é diferente de ser BOBO, como também querer ser “esperto” também é diferente de ser generoso. E qual a diferença entre essas coisas? O diferencial está na capacidade de perceber-se e aceitar-se, de ser autêntico em suas atitudes, respeitando a si e ao outro. O bobo é aquele que na verdade não sabe do que é capaz e portanto não consegue perceber do que o outro é capaz, justamente por não ter real conhecimento da própria natureza (humana), coloca-se numa posição de total desproteção tornando-se vulnerável.
O esperto é aquele que está sempre tentando levar vantagem em tudo, mas sempre vestido de “bom moço”, ele é produto do entendimento equivocado da palavra generosidade.
E finalmente o bom é aquele que sabe que não é bom nem mau e ao mesmo tempo é simplesmente o interjogo dessas duas forças que existem dentro de nós e as quais procuramos através de nossa maturidade emocional aprender a mantê-las em equilíbrio para nos relacionarmos de forma harmoniosa e feliz.
O advento da generosidade é algo maior que o poder econômico, podemos ser generosos sem necessariamente termos dinheiro, podemos oferecer gratuitamente amor, atenção, solidariedade e principalmente respeito, aprendendo a olhar as pessoas que estão a nossa volta como seres humanos, não apenas enxergando seus defeitos, mas as suas qualidades e potenciais pessoais.
Desejo a todos um Natal generosamente fraterno e feliz.

Por Ieda Dreger. 

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