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Postado em 24 de Maio de 2016 às 16h57

O que você sabe sobre anorexia?

Há bem pouco tempo, estava no consultório de um amigo meu, aguardando-o terminar seu trabalho para irmos a uma palestra. Peguei então, uma dessas revistas comuns em salas de espera, e fui folheando. Deparei-me com uma reportagem que falava sobre a anorexia da filha da rainha Silvia da Suécia.. Lembrei-me que anteriormente tinha sido veiculada uma notícia sobre a anorexia da Princesa Caroline de Mônaco.

Isso nos leva a pensar no ambiente e a mídia. As mulheres muito magras aparecem em comerciais, nas novelas, nas revistas de modas e outros. Isso faz parecer que a beleza que interessa no indivíduo está do lado de fora apenas. Estamos a cada dia mais, transferindo para a aparência, o que devia ser também interno: a beleza. E o que é pior: fazemos disso nossa forma de contato com o mundo. É interessante observar que a anorexia é desconhecida em locais onde a magreza não é considerada um padrão de beleza.

A anorexia nervosa teve sua incidência duplicada desde a década de 60 que foi quando começou a exigência das manequins magérrimas e então, estabeleceu-se um padrão feminino completamente diferente. Lembrei-me de uma outra mulher, uma figura importante da música Pop americana, Karen Carpenter, que havia morrido em virtude de uma anorexia.

A anorexia nervosa é um estado de busca incessante pelo emagrecimento causada por um pavor de ficar gordo. Normalmente, 85% dos anoreticos são do sexo feminino, mas o homem também é acometido por esse transtorno. A preocupação com o peso nos anoréticos, geralmente surge por volta da adolescência. Isso aponta para um distúrbio de auto-estima. No contato com esses pacientes, a gente consegue observar uma falta de força para lidar com o mundo, ou seja, a maior parte não compreende que tem potências para lidar com os problemas. Essas pessoas dependem muito das opiniões alheias, fazem de tudo para agradar as pessoas.

O indivíduo só pode estar seguro na vida quando ele sente que pode seguir vivendo com tranqüilidade na medida em que, sempre haverá algum tipo de recurso interno ou externo para lidar com as dificuldades que surgem. A dependência do outro deveria ser relativa e não absoluta. Sabe-se que agradar o outro é uma possibilidade comum assim como é também o fato de desagradar. Mas sabe-se também que o desagradar pode não estar só no nosso gesto, mas na impossibilidade do outro em perceber o que está sendo oferecido, ou seja, podemos oferecer tudo ao outro para agrada-lo mas se ele não está interessado nisso, de nada vai adiantar nossa oferta.

Sabe-se que as pessoas se diferenciam por certas qualidades mas que todas são pessoas e ninguém é melhor que ninguém. É essa mesma noção de potência que nos deixa à vontade com nossa forma de ser e nos permite mostrá-la à todos sem receio da reprovação ou necessidade da aprovação: vivemos bem com nossas próprias características. Aliás, como já disse antes, é justamente a mistura de nossas qualidades e defeitos, que nos fazem especial e amados por alguns. Sabemos que as coisas são o que são, por suas particularidades e por isso se diferenciam.

Quando estudamos a história de vida dos casos de anorexia, observamos que a doença ocorre com mais freqüência naquelas meninas que passaram a vida, tentando agradar seus pais. Esse comportamento de querer agradar os pais na infância, já aponta para problemas com a auto estima, pois, se elas têm que se esforçar para agradar, é porque percebem que não conseguem fazer isso sendo simplesmente quem são.

Quando entram na adolescência, tornam-se pessoas negativas que têm que fazer sacrifícios para agradar as pessoas à sua volta. Assim, se a auto estima é ruim, passa a buscar outros padrões para agradar, e o padrão corporal é um deles.

É importante que a pessoa que se preocupa demais com os padrões externos comece a perceber o que tem também “no lado de dentro”, ou seja, que todos temos algo a ser admirado. O que você tem?

O importante é ser apenas quem somos, com erros e acertos, se isso não nos é suficiente, precisamos de ajuda profissional. Você é o melhor de você mesmo, o melhor que pode ser, não desista de si mesmo para ser o que é importante aos outros. Auto-estima é importante para toda a sua vida, em todos os níveis, sejam eles relacionais, de emprego, ou outros. Então, vá em frente e busque sempre o melhor para você.

Por Ieda Dreger

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