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Postado em 24 de Maio de 2016 às 16h51

Ser flexível é uma arte

Dificilmente encontraremos alguma pessoa que tenha passado pela vida sem enfrentar algum tipo de perda. Quem já não perdeu um grande amor, um parente querido, um emprego, um amigo, a infância, a saúde... São situações capazes de nos trazer desconforto, dor e frustração.
Nestes momentos as pessoas reagem e lidam com o problema de diferentes formas. Alguns entram em pânico, outros se entregam, alguns lutam desesperadamente, outros fogem da dor, etc.

Quando passamos por um grande problema, a forma como o olhamos é que conduz nossas atitudes. Se olharmos para ele nos colocando na posição de vítimas, estaremos desperdiçando nossa energia de lutar para ir adiante. Claro que toda dor provoca uma grande incapacidade momentânea. É uma ruptura, como se estivéssemos andando em um determinado caminho e de repente fossemos obrigados a seguir por outro, desconhecido, sobre o qual não nos foi dado poder de escolha.

Cada período de mudança é necessariamente estressante, porque envolve um conflito entre forças que lutam para que as coisas permaneçam como estavam, e outras que nos mandam seguir adiante e assumir novas condições. Tempos estressantes têm, em sua própria natureza, um poder de destruição. Mas pode ser uma destruição para podermos construir algo novo. São tempos acompanhados de um grau de dor e do risco de que talvez não consigamos atravessá-lo com sucesso.

Algumas pessoas têm medo de encarar o estresse da mudança e a dor, afinal, ninguém gosta de sentir dor. Assim sendo se entregam à bebida, drogas, trabalho, esporte etc. Tudo para fugir do momento. Quando não enfrentamos esse momento, ele reaparecerá em outro lugar e nos cobrará o preço de ser olhado. Estaremos somente adiando o dia de nos estressarmos e termos dor. E isso vai consumindo nossa energia. Assim, ficamos apáticos, sem forças e quando o estresse aumenta, se reflete no organismo ocasionando gastrite, dor de cabeça, insônia, etc.

A flexibilidade significa também a força para conter, dentro dos limites razoáveis, os pedaços de nossa ruptura pessoal e reunir novamente esses pedaços e retomar nossa vida. Ou seja, a força para mantermos nosso equilíbrio, e se o perdermos, podermos retomá-lo logo em seguida.

Uma pessoa que sofre um grande impacto sente-se desamparada, com uma sensação de derrota, uma busca angustiada por esperança, insatisfação, ansiedade, impaciência e o esforço cotidiano para reorganizar sua vida. O que quero dizer é que esse sentimento é normal e até esperado. O importante é o que vamos fazer com isso.

O sistema de apoio com o qual podemos contar neste momento é muito importante. O que é o sistema de apoio? Amigos, familiares, enfim, pessoas com as quais podemos nos abrir.

O medo dói, a raiva dói, o desespero também.

A flexibilidade depende de nossa habilidade em reconhecer a dor, perceber seu sentido, tolerá-la durante um tempo razoável, até que as coisas comecem a melhorar, e assim resolver nossos conflitos de forma construtiva.

Ser flexível é ser capaz de vergar, sem se quebrar. Não há orgulho em nunca ter sucumbido, há orgulho em poder se levantar ainda mais alto e mais forte depois de um tombo.

Por Ieda Dreger

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